quinta-feira, 28 de junho de 2012

Polícia Paulista em LUTO...

Lembro-me de 2006.
Na época trabalhava até meia-noite no Centro de São Paulo e minha mãe ficava com o coração na mão até saber que cheguei bem em casa. Não apenas pela insegurança cotidiana nas grandes cidades, mas, principalmente, porque estava aberta a “temporada de caça aos policiais”. Policiais, viaturas e bases sofrendo intensos ataques; ônibus incendiados. O Estado parecia ter perdido totalmente a autoridade e o controle. Foram dias e noites assustadores.
Agora, passados mais de 6 anos, São Paulo vive um macabro déjà vu.
E o mais triste é saber que em meio a isto, haverá aqueles dizendo “bem feito... policial é tudo bandido, tem que se ferrar mesmo...”.
Sem hipocrisia, infelizmente há, sim, bandidos dentro das corporações... corruptos, que cometem abuso de autoridade, criminosos que não merecem o direito de ser chamados de policiais e certamente deveriam ser extirpados desse meio.
Mas, será que num universo de mais de 100.000 componentes (falando apenas da PM paulista, sem contar todo o efetivo em todas as instituições policiais civis, militares e federais Brasil a fora), o policial realmente merece ser nivelado por baixo?
Por que não tomar como base os homens e mulheres vocacionados, heróis, que dia a dia honram a corporação à qual pertencem, arriscando a própria vida (e morrendo) para proteger uma sociedade que, no geral, lhe trata com desprezo e repúdio?
A mesma sociedade que faz questão de esquecer que, antes de policiais eles são cidadãos como todas as outras pessoas. Se esquece que HONESTOS e CORRUPTOS são frutos dessa mesma sociedade, tão apegada ao “bom e velho jeitinho brasileiro”. Sociedade que esquece que a corrupção não nasce com parlamentares que recebem milhões de contraventores. A corrupção (e sei que muitos irão discordar e até se sentirem ofendidos) começa com o pai de família que acha normal furar fila, passar no sinal vermelho e usar o famoso Q.I. (Quem Indica) para conseguir empregar um filho ou se livrar de uma multa.
A morte de um policial, tanto quanto a de uma criança e de um pai de família, deveria representar uma afronta, um tapa na cara da sociedade, e não como uma notícia banal apresentada em 10 segundos antes de começar a próxima novela.

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